Essa foi uma das viagens mais produtivas do Macaco. A ida pra são Paulo (diga-se passagens) foi bancada pelo Rumos Convida, uma etapa do Rumos Música, projeto do Itaú Cultural. No Rumos convida, uma banda selecionada pelo programa faz o convite a outro artista de sua escolha para uma participação no show. No último domingo, dia 8 de março, a banda que se apresentou foi o Pata de Elefante, e convidou nós do Macaco Bong, para o que foi apelidado de Zoo Instrumental.
A ida a São Paulo foi aproveitada também para outros compromissos. Por exemplo, o show no Estúdio SP, uma das casas preferidas do público paulistano pela qualidade dos shows que rolam por lá.
TERÇA
Saímos de Cuiabá na terça, já no dia do show. Chegamos, deixamos as coisas todas na casa do Jair (lembra do Ludovic?) e fomos direto pra passagem de som.
(Holger na foto)
Após uma rápida passadinha pra arrumação na casa do Jair, voltamos ao Estúdio SP, agora já preenchido por parte do público que ainda chegaria no evento. Além de nós, se apresentaram também as bandas Holger e Garotas Suecas, ambas destaque da cena paulistana. O Holger, com seu Psycho Pop, é uma das bandas brasileiras que vão ao festival texano South By Southwest. O Garotas Suecas, que alcançou reconhecimento com indicação de clipe ao VMB melhorou tremendamente. Show de bandona, dessas que botam o público pra cima. Assistindo tudo no Estúdio SP, estava Kika, VJ da MTV, que elogia o espaço na Rolling Stone desse mês.
O show do Macaco também foi massa. Apesar de ter rolado um pouco tarde, com parte do público deixando o local, a vibe foi mantida para os (não poucos) que ficaram. Entre os quais, Lúcio Ribeiro, que no mesmo dia havia publicado no Poploaded a informação de que o MB teve sua ida vetada ao Festival South By Southwest porque o consulado americano não nos deu o visto pelo “Bong”, existente na banda. É bem verdade que o consulado americano negou sim o nosso visto. Agora, o motivo apresentado pelo Lúcio... tiração de onda das grande. http://colunistas.ig.com.br/
QUARTA
No dia seguinte, quarta, no início da tarde contatamos Pablo Miyazawa, editor da Rolling Stone Brasil para uma conversa. Como a agenda da RS permitia, fomos até o recinto e trocamos muito com o jornalista sobre o processo da cena independente brasileira e de como as coisas estão acontecendo em Cuiabá com a pró atividade das bandas e o funcionamento do Cubo Card. Puta papo!
No mesmo dia concedemos uma entrevista ao jornal Estadão, sobre bandas instrumentais que se apresentariam em São Paulo, o que incluía Macaco Bong, Pata de Elefante e o Gasolines. O link pra matéria está logo adiante
http://www.estadao.com.br/
Após os compromissos jornalísticos, demos uma passada na residência / estúdio de Duda Machado, onde, no final de 2006 gravamos o EP Objeto Perdida. É bacana como Duda e Martin (e a Pitty, que apareceu nesse dia, que tinham ensaio) demonstram grande interesse pela movimentação independente. Perdi a conta de quantos “Du caralho, man!” ouvimos a cada relato de acontecimento no Circuito Fora do Eixo e em Hell City. Minutos antes de ir embora, a surpresa-mor: O Duda presenteou o Ynaiã com um prato Paste fudidaço. Saímos levitando. À noite, o Kayapy ainda se encontrou com a rapaziada do Nuda, que saiu do Grito Rock Cuiabá pra cumprir agenda em Sampa.
QUINTA
No dia seguinte, quinta, a parte da manhã foi aproveitada pra uma passagem pela internet, pra se atualizar, enviar algumas pautas pro Portal Fora do Eixo, etc. Foi quando vi um email urgente do Gustavo, batera do Pata de Elefante, falando que chegaria em São Paulo dentro de instantes, que havia conseguido um estúdio de ensaio próximo ao aeroporto e, claro, deveríamos estar lá.
Voltei pra casa do Jair com a boa nova e fomos logo tratando de localizar o Gabriel (guitarra / baixo) do Pata, que já estava em São Paulo. Pra baratear tudo, fomos andando até o AP que ele tava, pra só aí pegar o taxi pro aeroporto (detalhe que o taxista bateu o carro na rua do estúdio. Zica!)
O estúdio era longe mas compensava, por contar com dois amplis de guitarra, dois de baixo e duas baterias. Gabriel já havia dito que tocaríamos uma música do Pata de Elefante e mais 3 composições novas que havia feito especialmente pra ocasião: um surf, um funk e um samba. O primeiro ensaio foi ótimo para conhecimento mútuo e analisar como ficaria com os instrumentos dobrados. A batera foi resolvida facilmente, com a pressão proveniente das duas juntas. Para o baixo, deixamos o meu, 5 cordas e mais grave para condução das músicas, enquanto o do Pata (onde revezam Gabriel e Daniel) ficava com um timbre Fuzz, enriquecendo o som com detalhes. Saímos do ensaio muito empolgados.
Do estúdio, voltamos pra região da Augusta próximo à residência do Jair pra jantar e localizar a Fernanda Cardoso (Tramavirtual), que era nossa chance de carona para a festa de comemoração de um ano do Podcast Qualquer Coisa, apresentado por José Flávio Jr., Paulo Terron e Max de Castro (filho do Wilson Simonal). Marcamos com ela na porta do Estúdio SP e fomos ao Neu (lê-se Nói), onde ocorreu show do Nevilton, banda de alto nível, nova promessa indie e discotecagem. Fizemos aquele social e saímos antes do fim, afinal, curtição em balada não é muito a nossa vibe.
SEXTA
No dia seguinte, sexta, encaramos uma chuva na ida ao estúdio perto do aeroporto pro ensaio com o Pata. Atrasamos um pouco, mas foi tudo devidamente compensado por Dino, que além de nos buscar no metrô mais próximo ao estúdio, forneceu uma outra sala (também com equipamentos dobrados) pra que pudéssemos compensar o tempo perdido. Nesse segundo ensaio, acertamos os detalhes e deixamos quase tudo pronto para o show de domingo, contando com um tempo a mais de ensaio na passagem de som lá no dia D.
Sexta era também o dia do show no Inferno, bem esperado pelo público paulistano das duas bandas, com matéria no Estadão e tudo mais. Saímos do ensaio direto pra passagem de som por lá. Quem estava por lá já na passagem de som era parte da equipe do Move That Jukebox, um blog paulistano que retrata a cena indie mundial e vem ganhando destaque – foram procurados até pelo My Space para indicar uma banda em uma pesquisa. E veja você, indicaram o Pata de Elefante. Link: http://movethatjukebox.com/
A noite foi ótima, casa cheia até no talo, ótimos shows – proporcionados também pelo ótimo som disponibilizado no Inferno e pela mão de Alejandro, técnico de som da Pitty, que tocava no Detetives e se apresentou com a banda no Calango 2005. Foi foda!
Após uma passagem pelo Bahia (lanchonete / restaurante / boteco, dependendo do horário) pra um lanche rápido, vimos a luz do dia e voltamos pro hotel (O Jair precisou hospedar outro parceiro e saímos de lá) dormir as poucas horas que separavam aquela manhã do horário em que o motorista da van iria nos levar para outro hotel, o que foi reservado pelo Itaú Cultural.
SÁBADO
Chegando lá, o processo foi se articular com o pessoal de São Caetano, onde nos apresentaríamos em mais uma edição do Grito Rock. Depois da peleja, conseguimos pegar o endereço e tomamos um táxi.
Ao chegar lá nos deparamos com um novo Cidadão do Mundo (nome do coletivo e do espaço / casa de shows onde atuam). O local passou por uma reforma recente que incluiu detalhes estéticos e acústicos. Bacaníssimo!. Além disso, foi possível ver a continuidade do ABC do Som, projeto aprovado pelo Cidadão do Mundo frente à Petrobras, que incluiu um festival e a instalação do núcleo de rádio por lá. O Grito Rock São Caetano foi transmitido ao vivo em um canal do Estúdio Livre e também pelo Portal Fora do Eixo. A ocasião foi aproveitada também para estreitar laços com Jean Habib, gestor do projeto e um ótimo contato para o desenvolvimento da Rádio Fora do Eixo. O Estúdio Livre (canais ao vivo e disponibilização de áudio) é demais! Em breve deve aparecer mais detalhes sobre esse assunto lá no Portal Fora do Eixo – www.foradoeixo.org.br.
No Grito Rock São Caetano vimos pela primeira vez os shows do Lenzi Brothers(SC) e do La Carne (SP), duas bandas muito bacanas. O La Carne ainda tem um quê de lirismo em letras e em interpretação que é sinistro. Muito bom!
Após o show, voltamos pra são Paulo na mesma van com Thunderbird e os Devotos de Nossa Senhora Aparecida. Sim amiguinhos, o próprio, que se mostrou entusiasmadíssimo pra tocar em Cuiabá, “pô, ouço falar muito dos festivais. Como faz pra tocar la ein?”. Madrugadão, quase dia, destruídos, zuretas e cambaleando, subimos o elevador do hotel direto para as respectivas camas.
DOMINGO
No dia seguinte, domingo, já acordamos na vibe do show no Itaú Cultural. Após o reconhecimento do teatro, uma ida rápida ao shopping para compra de um novo jogo de cordas de contrabaixo (o sizão havia estourado no dia anterior), passamos o som sob o profissionalismo altamente competente do pessoal do Itaú Cultural, que inclusive carrega os instrumentos e afina, diferente do nosso costume, que é fazer isso por conta própria.
Às 20h teve início o show do Pata de Elefante. Entramos no meio do show e tocamos as 4 músicas ensaiadas. Foi muito bacana, a platéia bombada com o público das duas bandas foi à loucura e aplaudiu de pé. Com uma sobra no tempo, o Pata de Elefante ainda tocou mais três músicas, nos convidando para a última, completamente improvisada.
No final do show Alexandre Papel (baterista da Locomotores e do projeto solo de Gustavo Prego, baterista do Pata de Elefante) repetiu a mesma frase que havia dito dias antes, no show do Inferno: “Nada melhor que sair com a sensação de dever cumprido. Vocês devem estar sentindo isso agora”.
Após o show, tínhamos uma entrevista agendada com Humberto Finatti, para uma matéria que a Rolling Stone está fazendo sobre bandas instrumentais. Adiada, devido a um gravador esquecido. Fomos então fazer um lanche, a refeição do dia pra falar a verdade, com o pessoal que estava no show, envolvendo vários elementos do Fora do Eixo, como Sérgio Ugeda e Gabriela Munin, da Tronco Produções, os quatro Black Drawing Chalks (que embarcariam para shows em Toronto no dia seguinte), Aluizer Malab, produtor do Festival Eletrônika(MG), Fabrício Nobre (presidente da Abrafin) e Quinn Caruana (produtora dos simpósios do Festival Pop Montreal, CA) que está morando em São Paulo por uns meses.
SEGUNDA
No dia seguinte, antes de chegarmos em Cuiabá, passamos uma tarde super agradável no hall de espera do aeroporto de Congonhas, fechado por causa da chuva e problemas na torre de controle (Ah, novidade...). Chegamos em Cuiabá já de noite, prontos pra volta ao batente... mas só no dia seguinte, por favor...
Como colocado no início do texto, essa foi uma das viagens mais produtivas do Macaco, ficam os agradecimentos à galera do Pata de Elefante pelo convite e a todos os envolvidos, Espaço Cubo, Circuito Fora do Eixo, Monstro Discos, Holger, Garotas Suecas, Pablo Miyazawa, Alexandre Papel, Sérgio Ugeda e Gabriela Munin, Jair Neves, Fernanda Cardoso, José Flávio Jr, Duda, Martin e Pitty, Dino, Nevílton (ou Névilton), Move That Jukebox, Alejandro, Black Drawing Chalks, Cidadão do Mundo, Robson Timóteo, Marcelo Mendez, Jean Habib, Lenzi Brothers, La Carne, Thunderbird e os Devotos, Tomada, Edson Natale, e mais uma galera que não retorna à cabeça agora. O clássico “desculpa aí quem eu esqueci, sabe como é, é muita gente e às vezes não dá pra lembrar de todo mundo”.
Enfim, valeu!